Discordamos da frase "desigualdade não importa, só a pobreza importa". Ambas importam.
A pobreza é mais urgente. Ela é um imperativo moral de urgência, seja pela dor da fome, seja pela impossibilidade um ser humano se desenvolver plenamente vivendo na pobreza. Ela deve ser combatida antes de mais nada e, nesse sentido, ela é mais importante.
A desigualdade é mais difícil de consertar. Diminuir a desigualdade será mais complicado, técnica e politicamente. Ela é a tarefa mais importante no longo prazo e, nesse sentido, ela é mais importante.
A pobreza gera vidas desperdiçadas. A criança que deixa de se nutrir adequadamente na infância deixa de se formar física e intelectualmente, sendo quase impossível consertar isso depois.
A desigualdade é insidiosa. Ela leva a um maior número de problemas de saúde física e mental, dos pobres e também dos ricos. Ela perverte instituições, sendo duvidoso que alguma sociedade muito desigual possa ser plenamente democrática.
Há um nível de igualdade que pode ser exagerado, gerando problemas como desestimulo ao trabalho e investimento. Mas esse é um problema norueguês, não brasileiro.

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