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janeiro 7, 2021

Imagine um grupo formado por servidores comissionados (muito bem pagos, diga-se) em uma Prefeitura, contratados para atrapalhar equipes de reportagem que denunciam problemas na saúde pública. O que poderia ser um roteiro de curta metragem, aconteceu no Rio de Janeiro, no episódio que ficou conhecido como “Guardiões do Crivella”. Esse é um dos inúmeros exemplos das graves ameaças e violações à liberdade de imprensa no país em 2020. Infelizmente, esse não é um problema somente nosso. De Wuhan ao Rio de Janeiro, governos arbitrários tem apenas um interesse: evitar que você seja bem informado.

Os veículos de imprensa mostraram o caso de Zhang Zhan, cidadã que registrou cenas de Wuhan no início da pandemia da Covid-19, que foi condenada pela justiça chinesa a quatro anos de prisão. A justificativa é que a chinesa estaria “comprando briga e provocando problemas” ao divulgar as imagens do local. Desgraça pouca não é bobagem mesmo. Enquanto Zhan era condenada no país asiático, em terras brasileiras outro carioca promovia mais um espetáculo de desinformação. Você, caro leitor, tem pista de quem seja? Ele mesmo, o presidente com histórico de atleta, mas que não aguentou as pernas tentando fazer um gol na Vila Belmiro.

“Espécie em extinção”, “você tá falando da sua mãe?” e outras frases que não merecem destaque foram bravejadas — para não dizer outra coisa — pelo presidente, enquanto era questionado pelos repórteres sobre as medidas de contenção da Covid-19. A estratégia é a seguinte: desqualificar, tentar impedir o trabalho da imprensa e criar uma horda de defensores e “negacionistas” prontos para desmentir, sem apresentar qualquer fonte, às informações e reportagens.

Pode parecer algo banal, mas por trás destas intimidações há uma produção contínua de fake news, disparadas a todo momento nas redes sociais. O pior disso que é as notícias falsas carregam falácias que colocam em risco a saúde de quem acredita. Depositar a confiança em Deus, não usar a máscara e afirmar que a Covid-19 seria uma “gripezinha” pode ter causado danos enormes. A velha e repetida história de que unir religião e Estado nunca dá certo — mas esse é um papo para outro texto.

Se você chegou até aqui, caro leitor, quero dizer que esse texto não foi uma apologia a algum veículo de comunicação, pelo contrário. A imprensa no Brasil é feita para além de emissoras de TV. O fato é que uma imprensa livre é eficaz para mostrar aquilo que governos pretendem esconder: escândalos de corrupção e desvio de recursos públicos que poderiam ter sido usados para poupar a vida de milhares de brasileiros durante esta crise. Usar uma posição de poder para impedir coberturas jornalísticas é típico de governos autoritários e fere a Constituição Federal, basta olhar o art. 220 da Lei Maior. É essa liberdade que permite que eu escreva este texto, assim como permite que você leia, concorde ou discorde.

Sem a liberdade de comunicar, de expressar e falar, voltaríamos para um momento da história onde o cassetete e o sensor monitoravam o que era escrito e falado. E cá entre nós, não é nada diferente do que acontece no país socialista que deu o pontapé da Covid-19. Impedir que isso aconteça, caro leitor, é um dever que eu e você temos em comum. Divergir, sim. Censurar, nunca!

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