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setembro 27, 2020

Nós vivemos em tempos extraordinários. Nunca é demais enfatizar isso. Em 200 anos, a expectativa de vida em países desenvolvidos mais do que dobrou e a renda per capita aumentou 60–80 vezes. A mortalidade infantil passou de 35% para perto de 0%. E isso tudo graças principalmente, ao meu ver, a dois fatores:

1. A ciência, que é o melhor meio disponível para se obter conhecimento mais próximo da realidade que nós temos em mãos. Como dizia Francis Bacon, conhecimento é poder, e o conhecimento adquirido através da ciência tem permitido a nós termos mais e mais poder sobre a natureza. Do ponto de vista econômico, a ciência é o principal fator responsável pelo desenvolvimento tecnológico, e o desenvolvimento tecnológico é o principal fator responsável pelo aumento de renda per capita.

2. O arranjo econômico baseado em trocas feitas através do sistema de preços, ou o capitalismo, se prefere assim chamar. Eu vejo três principais vantagens desse sistema em relação ao sistema econômico ausente de preços, cuja produção e distribuição de bens e serviços é feita de forma centralizada:

2.1. Ceteris paribus, ele recompensa o esforço. Quer dizer que, tudo o mais constante (e essa observação é bem importante, para que não venham dizer que o cortador de cana se esforça muito e ganha pouco), aquele que mais se esforça obterá maiores recompensas.

2.2. Ele incentiva a geração de valor. Para você ganhar dinheiro no mercado, de modo geral, você precisa criar valor para alguém. É nessa geração constante de valor de uns para os outros que a prosperidade geral aumenta.

2.3. Ele permite alocar os recursos de forma racional, isto é, alocar os bens onde eles são mais requisitados. O sistema de preços funciona como um transmissor de informações que informa onde cada fator de produção deve ser alocado e para quem cada bem ou serviço deve ir.

A prosperidade permite a maior divisão de trabalho, que permite que mais cientistas existam, e que esses sejam cada vez mais especializados. Veja por exemplo esses dois vídeos e tente não ficar assombrado com o grau de sofisticação tecnológica que chegou o ser humano.

Dessa especialização entre os cientistas e engenheiros — gerada pela divisão do trabalho, por sua vez gerada pela maior prosperidade — que vem todas as inovações tecnológicas que nós vemos ao nosso redor. Daí que vem os prospectos de criarmos inteligências artificiais, manipularmos nosso genoma para melhorarmos nossa espécie ou criarmos um super vírus que extinga toda a espécie humana.

Mas essa prosperidade toda, essa complexidade toda, está embasada em um tecido institucional muito frágil: a democracia. Com a ascensão do populismo, a democracia corre perigo. Por isso é importante combatermos o populismo e defendermos a democracia.

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