A primeira reação mais comum de quem ouve essa afirmação é dizer: “Mas como somos pobres sendo a décima terceira economia do mundo? ”. Este questionamento traz consigo a semente da própria resposta: Somos um país pobre por sermos apenas a décima terceira economia do mundo, tendo a quinta maior população.
Nota: Quando este texto foi escrito o Brasil ocupava a 8a maior economia do mundo. Francamente, será que teremos que atualizar esse texto todo ano, rebaixando nosso lugar no ranking?
Quando avaliamos a riqueza de um povo, geralmente estamos interessados na qualidade de vida dos seus cidadãos. Neste caso, a riqueza que importa é a renda por habitante; e neste quesito, ficamos lado a lado de países como Tailândia e Iraque. Para efeito de comparação, países desenvolvidos tem uma renda por habitante de 2,5 a 3,5 vezes maior que a nossa. Ficou chocado? Se prepara que vai piorar.
Como a maioria dos brasileiros que estão inseridos no debate político simplesmente não tem a menor noção do quão pobre é o país em que eles vivem, vamos precificar algumas coisas: O PIB brasileiro de 2016 foi de aproximadamente R$ 6,3 trilhões; o que, dividido pela população com 20 anos ou mais (142 milhões) dá a quantia de R$ 44,4 mil anuais por trabalhador/aposentado. O governo brasileiro consome 33% deste bolo, investimos outros 18% para que a economia continue funcionando (e quem sabe cresça), sobram R$ 21,8 mil. Essa quantia, dividida em 13 partes (número de salários do trabalhador comum), resulta em R$ 1700.
Mil e setecentos reais.
Esse seria o salário hipotético do brasileiro caso toda renda disponível para consumo doméstico fosse igualitariamente distribuída entre potenciais trabalhadores e aposentados; sem lucro, sem elite, sem burguesia e exploração capitalista. Hipotético porque nesta situação de distribuição absoluta, o produto da economia seria menor do que é. Infelizmente ou felizmente, a desigualdade de renda é um incentivo importante que não pode ser desprezado. O engenheiro não seria tão produtivo quanto é caso ganhasse igual o ajudante de pedreiro e assim por diante. Fora que a única forma de distribuir esse montante seria pelo Estado, que como sabemos, tende a apresentar problemas de eficiência.
Poderíamos amenizar o problema dos incentivos aceitando a economia de mercado e alguma desigualdade de renda, mas isto também implicaria em dizer que uma parcela expressiva da população deve ganhar abaixo deste valor. Não parece tão bom quanto o partidão te disse, né? E realmente não é.
Ninguém em sã consciência nega que a desigualdade brasileira é assustadora, quase ninguém nega que este é um problema que deve ser enfrentado de forma inteligente; mas o que não te contaram ainda é que o Brasil é um país pobre. Apostar todas as fichas na distribuição de renda em detrimento do crescimento econômico significa, no momento, focar na distribuição de pobreza. O melhor programa social para os mais pobres num país como o nosso é crescimento econômico sustentado de longo prazo.
Chegamos na questão central: Quais medidas efetivamente promovem o crescimento? O que fizeram os países que superaram o subdesenvolvimento no século XX? A resposta mais sucinta da teoria econômica é: Aumento de produtividade. Precisamos ser capazes de fazer mais com menos.
Historicamente, países que optaram pela via estatizante, protecionista, regulatória e burocrática falharam em elevar substancialmente sua produtividade de forma contínua. Países que foram capazes de germinar um capitalismo concorrencial, aberto e relativamente livre, obtiveram sucesso.
Nós somos liberais porque nos preocupamos com os mais pobres no nosso país. E você, o que defende?

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